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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Estepes


Estepes: cuidados para não ficar sem eles

Os aparelhos de som automotivos já não são mais as meninas dos olhos dos gatunos. Não que esses artigos tenham deixado de despertar interesse, mas o item mais cobiçado pelo amigo do alheio atualmente é outro: o estepe. Uma rápida pesquisa em concessionárias e lojas especializadas de Belo Horizonte comprova que os cd-players se popularizaram: os modelos mais simples não chegam a custar R$ 200, enquanto o preço de uma roda de aço aro 13” e um pneu 165/70, um dos conjuntos mais baratos existentes no mercado, ultrapassa os R$ 300. Juntos, uma roda de liga leve e um pneu de aro 16” chegam facilmente aos R$ 1 mil nas lojas.
De acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais, 12.186 mil veículos foram arrombados no estado durante o ano de 2010. Os números não discriminam os objetos foram furtados. O capitão Alexandre Magno de Oliveira, da Polícia Militar de Minas Gerais, admite que possam existir muito mais vítimas: "A literatura policial diz que uma quantidade considerável de pessoas não relata o delito".
Nos veículos em que o estepe fica do lado de fora, os furtos são mais comuns. Ford Ka, Fiat Palio Weekend, Renault Sandero e Peugeot 207 e a maioria das picapes, cujos sobressalentes são posicionados embaixo do assoalho, além de Ford EcoSport e VW CrossFox, que exibem rodas e pneus fixados na tampa traseira, são alvos fáceis.
VÍTIMAS O empresário Roberto Lam Shong, proprietário de uma Volkswagen Saveiro Cross 2010, já passou pela situação: "Deixamos a picape na rua e, quando voltamos, o estepe não estava mais lá". O furto ocorreu há cerca de quatro meses, no Bairro São Bento, na capital. "Fiquei surpreso com a facilidade para retirar o pneu", relata Shong, que gastou aproximadamente R$ 600 para substituir os componentes e reparar o suporte.
Contudo, mesmo automóveis que têm o sistema tradicional, em que o estepe posiciona-se dentro do porta-malas, têm sofrido com a ação dos criminosos. Messias Antônio Lemos Duarte, bancário, teve o pneu reserva de seu Fiat Punto Sporting 2009 furtado em duas ocasiões, ambas na Região da Savassi, “Da primeira vez, eles arrombaram a porta do motorista e acessaram o compartimento. Da segunda, cortaram o cabo da bateria e forçaram a tampa traseira”, explica. Os prejuízos ficaram, respectivamente, em cerca de R$ 1,7 e R$ 2,4 mil. Messias não encontrou outra alternativa senão vender o carro, depois da apenas cinco meses de uso.
O Punto Sporting é outro alvo frequente, pois o estepe tem roda de alumínio, mais valiosa do que os modelos em aço. Contudo, apesar da maior cobiça em torno de alguns modelos específicos, nenhum tipo de veículo está imune à ação dos bandidos. Rodas mais simples, em aço, de aros 13” ou 14”, são mais baratas, mas também mais comuns, o que facilita a revenda ilegal.
PREVENÇÃO DIFÍCIL
Capitão Oliveira ressalta a importância de não alimentar a criminalidade. “Evite comprar peças sem procedência e com preço muito abaixo do praticado no mercado,” recomenda. Ele também dá dicas para evitar o furto do estepe: "É conveniente evitar estacionar em vias ermas e mal iluminadas. Procure parar em frente a imóveis com janelas ou grades, que permitam aos moradores ter uma visão da rua”.
Outra sugestão dada pelo chefe da Seção de Prevenção da PMMG é parar o carro sempre em estacionamentos e garagens. Mas nem mesmo essa medida é totalmente segura, pois já são conhecidos casos de arrombamentos e furtos dentro de espaços particulares. Alguns motoristas chegam a fazer gravações em baixo relevo nas rodas, de modo a facilitar o reconhecimento. As iniciais do nome ou a placa do carro são alguns dos códigos de identificação.
Proprietários de veículos cujos estepes são posicionados sob a carroceria costumam amarrar o pneu com correntes e cadeados. O capitão Oliveira recomenda essa prática. Segundo ele, “os infratores querem cometer o delito o mais rapidamente possível, e dispositivos que dificultam a prática podem fazer a diferença”. Medidas assim são bem-vindas para coibir a ação dos ladrões, mas não impedem, efetivamente, a realização do crime. E é difícil prever todas as artimanhas às quais os bandidos lançam mão, seja no ato do crime ou na hora da vender a mercadoria furtada.
Fonte: Alexandre Carneiro Soares - Estado de Minas

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